domingo, 2 de abril de 2017

Kátia Cilene




Quando o militar carioca Euclides de Farias Távora, por ocasião de uma parada do navio que o levava para a Itália na época da 2ª guerra mundial, conheceu a alagoana Maria de Lourdes Santos, o amor falou mais alto e ele trocou o Rio de Janeiro por Recife. Embora Euclides fosse uma pessoa muito musical e criativa, nem imaginava que anos mais tarde veria seus filhos trilharem o caminho do estrelato no meio artístico.

Ao se mudar com a família para Garanhuns, município do agreste pernambucano, Euclides passou a se envolver com o meio musical e a trabalhar em emissoras de rádio. Foi lá que, em 13 de janeiro de 1950, sua filha Kátia Cilene de Farias Távora veio ao mundo.

Com a volta da família à Recife, a garota prodígio Kátia Cilene começou a cantar na Rádio Clube de Pernambuco, com apenas 9 anos de idade. Ela chamou tanto a atenção que recebeu o prêmio de cantora revelação infantil do ano e foi contratada pela emissora TV Rádio Clube, onde cantava, atuava e era garota-propaganda.

Aos 12 anos passou a integrar o elenco da TV Jornal do Commercio, na época a principal emissora da capital pernambucana. 

Como atriz, entre os diversos papéis que interpretou nessa fase, destacam-se os das peças O retrato de Dorian Gray (com o ator José Augusto Branco no papel principal), A dama da madrugada e Toulon condena um herói. Por 3 anos consecutivos participou de um concurso regional e foi contemplada como a melhor cantora do ano no estado de Pernambuco.

Com a efervescência do cenário musical dos anos 1960, em diversas partes do Brasil havia grupos de cantores jovens em busca do sucesso. Em Recife, além de Kátia Cilene, tinha seus irmãos Luiz Carlos Clay e Vladimir, Reginaldo Rossi (que na época fazia parte do conjunto The Silver Jets), Luiz Carlos Magno, Marlene Cavalcanti, Célio Roberto, Robertinho de Recife (fazia parte do grupo Os Ermitões), Artiz Artoni e Carmen Artoni. Todos eles dividiam os palcos dos principais programas da TV recifense, como: Você faz o show, de Fernando Castelão, Bossa 2 entre outros.

Ao interpretar sucessos de Elis Regina e Nara Leão, Kátia despertou a atenção das grandes gravadoras, chegando a ser sondada pela RCA Victor, que foi à Recife para contratá-la, mas não conseguiu devido a um desencontro.

Sua primeira oportunidade em disco veio em 1966, pelo selo pernambucano Mocambo. Na ocasião, a seleção brasileira de futebol disputava a Copa do Mundo, sediada na Inglaterra, e por conta do evento, em seu compacto de estreia gravou duas músicas homenageando os jogadores Pelé e Mané Garrincha: no lado A ouvia-se o frevo Rei Pelé, e no lado B o surf O Iê Iê Iê do Seu Mané, ambas compostas por Nelson Ferreira e Sebastião Lopes. A música Rei Pelé chegou inclusive a ser executada na Rádio BBC de Londres na época, apesar disso, a repercussão foi regional e a gravação ficou conhecida apenas em Pernambuco.

A grande chance surgiu quando seu irmão, Luiz Carlos Clay, decidiu tentar a carreira profissional no Rio de Janeiro. Em 1966 ele assinou contrato com a gravadora CBS e logo em seguida apresentou Kátia à direção artística da companhia, que imediatamente também a contratou.

Kátia imaginava que, ao assinar contrato com a CBS, fosse gravar sambas ou bossa nova, gêneros que faziam parte do repertório de suas apresentações, mas o produtor artístico da gravadora, Othon Russo, determinou que ela seria lançada cantando iê iê iê. 

A Jovem Guarda vivia seu auge, e a CBS, fábrica de sucessos jovem-guardistas, trazia em seu cast as principais estrelas do iê iê iê: Roberto Carlos, Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps, Jerry Adriani, Leno e Lílian entre outros. Era natural que Kátia Cilene, a nova estrela dessa constelação, também gravasse o gênero do momento. Assim, em janeiro de 1967, estreava na esteira do sucesso com seu 1º hit Meu bem só gosta de mim, versão que Rossini Pinto fez para Just so Bobby can see, original da americana Diane Ray, que pouco depois seria regravada por Wanderléa. O lado B do single trazia a música Eu e elezinho, de Chico Anysio e Arnaud Rodrigues, que foi cantada por Kátia no filme Jerry, a grande parada, estrelado pelo colega Jerry Adriani.

Apesar do imediato sucesso cantando música jovem, Kátia continuou apresentando sambas e bossa nova em seus shows, por isso enfrentou duras críticas. Ao se apresentar no programa de seu conterrâneo, o cantor e compositor Luiz Vieira, que já a conhecia de Recife e sabia que ela interpretava MPB, além de pedir a ela que interpretasse sua composição Prelúdio pra ninar gente grande (Menino Passarinho), durante a entrevista, Luiz aconselhou Kátia a abandonar o iê iê iê. A direção artística da CBS ficou sabendo e não gostou nada desse conselho, portanto Kátia continuou gravando o mesmo gênero que a consagrou. 

Em outra ocasião, quando estava divulgando seu disco no programa de Alfredo Borba, conhecido por quebrar os discos dos artistas que criticava ao vivo, Kátia foi interrompida logo no início da apresentação, quando Alfredo atacou: "Minha filha, o que é isso? Você tem uma voz pequenininha! Vai lavar roupa...". E ela contra-atacou: "Pois pode pedir pra eu cantar qualquer música popular brasileira que eu canto! Eu e a brisa, tá bom pra você?". Alfredo, se sentindo surpreso e ao mesmo tempo incrédulo por ter sido interpelado pela jovem cantora, revidou: "Você canta?! Quero só ver! Se você cantar a música Eu e a brisa, eu vou tocar o seu disco todos os dias no meu programa!". Acompanhada pelo cantor Ed Wilson ao violão, Kátia não só cantou como encantou com sua interpretação de Eu e a brisa, composição de Johnny Alf, tanto que foi obrigada a mais uma vez ouvir, dessa vez de quem a criticou severamente, que estava no caminho errado e teria que gravar música popular brasileira.

Hoje pode soar estranha essa divisão: Música Popular Brasileira x Música Jovem, pois apesar de sofrer grande influência da música internacional, o iê iê iê não deixava de ser também música popular brasileira, mas na época havia essa curiosa separação, por isso, muitos tradicionalistas torciam o nariz para a nova onda da música jovem que varria o mundo, para eles era algo passageiro e sem qualquer valor. Apesar das críticas e do rótulo de cantora de iê iê iê, Kátia continuava a fazer o que mais amava: cantar qualquer gênero de música que gostasse. Ela recorda que para o público que assistia seus shows na época era impactante ver a garota sensação do iê iê iê encerrar a apresentação cantando uma seleção de sambas.

O primeiro programa que abriu as portas para Kátia após sua chegada ao Rio de Janeiro foi Festa do Bolinha, de Jair de Taumaturgo, na TV Rio. E com a crescente popularidade, passou a aparecer nos principais programas da época como: Jovem Guarda, Discoteca do Chacrinha, Programa José Messias, Tevefone, Sílvio Santos, Hebe Camargo, Rio Hit-Parade entre outros, além de excursionar por todo o Brasil se apresentando em circos, clubes, ginásios e casas noturnas. Kátia se lembra com carinho alguns momentos inesquecíveis vividos nos bastidores das emissoras de TV, como das vezes que dividiu o camarim com a atriz Leila Diniz, ícone da liberdade feminina no Brasil e símbolo sexual da época.   

Para dar sequência ao sucesso de Meu bem só gosta de mim, ainda em 1967, a produção artística da CBS escolheu outra versão para seu seguinte lançamento: Estou feliz, assinada por Lílian Knapp, da dupla Leno e Lílian. A música original era Puppet on a string, vencedora do festival europeu Eurovisão da Canção daquele ano, na interpretação da britânica Sandie Shaw. Kátia relembra que quando estava nos estúdios da CBS gravando essa música, Roberto Carlos estava presente e deu algumas dicas para ela na interpretação. Apesar das dicas do rei Roberto, Estou feliz acabou não emplacando na voz de Kátia, já que havia sido lançada anteriormente por Ed Carlos e se consagrado na voz do então reizinho da Jovem Guarda, cantor paulistano apadrinhado por Roberto Carlos. O destaque do single ficou com a música do lado B: Brasa viva, de B. Barbosa e Dias Soares, que rapidamente estourou nas paradas, chegando a entrar para a famosa coletânea As 14 Mais, que reunia os grandes nomes do elenco de música jovem da CBS.

Contratada pela TV Globo, ao lado do irmão Luiz Carlos Clay, Kátia apresentou o programa Globo Music Hall, sob direção de Maurício Sherman e depois de Geraldo Casé. O programa foi uma das primeiras superproduções de musicais da emissora, tinha até palcos giratórios, uma inovação para esse formato na época. No ar entre 1967 e 1968, era exibido nas noites de segunda-feira, quando desfilavam atrações de peso como: Cauby Peixoto, Lana Bittencourt, Agnaldo Timóteo entre outros. Tanto os convidados como os apresentadores interpretavam os sucessos do hit-parade acompanhados por uma grande orquestra com arranjos dos maestros Lyrio Panicali, Radamés Gnattali, Gaya e Erlon Chaves. Esse formato de produção abriu as portas para que a TV Globo emplacasse com o famoso Globo de Ouro, apresentando os hits do momento, que foi ao ar a partir de 1972 e perdurou até princípios da década de 1990.

Em 1968, após o sucesso de Brasa viva, a CBS resolveu deixar de lado as versões e apostar nas composições brazucas, foi quando Kátia gravou Pare de falar, de Roberto Corrêa e Sylvio Son, e Bilhetinho apaixonado, de Niquinho e Othon Russo, com o acompanhamento do grupo The Fevers. Repetindo a fórmula do disco anterior, o sucesso aconteceu no lado B, com Bilhetinho apaixonado, que acabou se tornando o maior êxito de sua trajetória artística.

Ainda nesse ano, alcançou outro sucesso com A manchinha no lenço, de Robert Livi e Paulinho da Fonseca, no estilo iê iê iê pilantragem, um subgênero em evidência na ocasião. Foi uma das únicas cantoras da Jovem Guarda a fazer fotonovelas com o título de seus sucessos da época: Bilhetinho apaixonado e A manchinha no lenço

No ano seguinte despontou com a ultrarromântica Eu não consigo, autoria de Nenéo, mas apesar da sequência de sucessos, acabou saindo da gravadora CBS e migrando para o selo Caravelle.

Ainda registrou alguns compactos pela Caravelle, como Garoto champion, de Geraldo Nunes e Elias Soares, em 1970, A vida é bela, de Almir Bezerra, em 1971, e Outro amanhecer, de Mário Castro, com participação do cantor Jorge Claudius, ainda em 1971. Logo em seguida deixou os palcos para se casar com o produtor de rádio, Ivan Romero, com quem teria seus dois filhos: André e Patrícia.

Após trabalhar por muitos anos na Petrobrás, Kátia decidiu retomar a vida artística na década de 1980. Nessa ocasião a dupla de compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas era uma máquina de fazer sucessos, e a disputa entre cantores famosos da época para conseguir gravar músicas deles era grande, mas em 1986 Kátia lançou 2 canções inéditas da dupla: Fases e Pior pra você, lançadas pela RGE em um LP Mix (formato de disco comum nessa época, que era um long-play com apenas uma faixa de cada lado). Michael Sullivan, nome artístico de Ivanilton de Sousa Lima, natural de Recife, conhecia a conterrânea Kátia desde os tempos em que a moça iniciava os primeiros passos na TV e no rádio recifense, por isso a presenteou com duas composições inéditas.

Em 1988, produzida por Ed Wilson, amigo dos velhos tempos da Jovem Guarda, lançou um LP com músicas de Michael Sullivan e Paulo Massadas, Carlos Colla, José Augusto e Paulo Sérgio Valle, Ed Wilson entre outros. Apesar de parecer ter a receita certa para alcançar o sucesso, o disco acabou não emplacando. Logo depois abandonou novamente a carreira e passou a se dedicar a artes plásticas, produzindo esculturas em bronze e pinturas a óleo.

Em meados da década de 1990 se mudou com a família para São Paulo. Alguns anos mais tarde se uniu a um grupo de cantores e amigos como o grupo Os Caçulas, Deny e Dino, Luis Vagner e outros, a fim de lançar um CD onde cada um apresentaria a regravação do antigo sucesso e uma música inédita. Infelizmente a ideia ficou só no projeto, embora tenha chegado a registrar em estúdio a canção Coração, composta por Luis Vagner, acompanhada pelo próprio autor ao violão, e de ter até divulgado a música em alguns programas de rádio na época, Kátia acabou nunca a lançando comercialmente.

Sua última apresentação ao vivo foi em outubro de 2009, no show em comemoração ao aniversário do programa Musishow, apresentado por Cirilo Reis na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Atualmente, afastada do meio artístico, vive com o marido no litoral de São Paulo.



Discografia


Compactos simples



Rei Pelé / O iê iê iê do Seu Mané - Mocambo - 1966





Meu bem só gosta de mim (Just so Bobby can see) / Eu e elezinho - CBS - 1967





Estou feliz (Puppet on a string) / Brasa viva - CBS - 1967





Pare de falar / Bilhetinho apaixonado - CBS - 1968





A manchinha no lenço / Bolha de sabão - CBS - 1968





Eu não consigo / Eu vou fazer você gostar de mim - CBS - 1969





Garoto champion / Tão sozinha (Cuore stanco) - Caravelle - 1970





A vida é bela / Toda vez que você passa - Caravelle - 1971





Outro amanhecer (em dueto com o cantor Jorge Claudius) / no lado A é a música Vida inteira cantada apenas por Jorge Claudius - Caravelle - 1971






LP


Kátia Cilene - RGE - 1988






LPs Mix



Fases / Pior pra você - RGE - 1986





Estou aqui / Cadê você - RGE - 1988






LPs coletânea



As 14 Mais Volume XX (Brasa viva) - CBS - 1967





As 14 Mais Volume XXI (Bilhetinho apaixonado) - CBS - 1968





As 14 Mais Volume XXII (A manchinha no lenço) - CBS - 1968





As 14 Mais Volume XXIII (Eu não consigo) - CBS - 1969





As 13 da sorte (Outro amanhecer - em dueto com o cantor Jorge Claudius) - Caravelle - 1971






Álbum de recordações



Os primeiros passos na TV Rádio Clube de Recife


Família musical, ladeada pelos irmãos cantores Luiz Carlos Clay e Vladimir










Nos tempos de sucesso em Recife, ao lado da cantora Carmen Artoni




















Se apresentando com os irmãos Luiz Carlos Clay e Vladimir 




Com Luiz Carlos Clay no programa Festa do Bolinha, de Jair de Taumaturgo


No programa de José Messias


Com o cantor José Roberto, colega da gravadora CBS


Entre amigos da CBS: à esquerda Kátia, acima Wanderléa tapando a boca de Jerry Adriani, com Luiz Carlos Clay ao lado




Em uma das muitas apresentações na TV Rio





Apresentação na Rádio Nacional do Rio de Janeiro


No Tevefone, TV Globo, acompanhada por The Jets




















Programa Haroldo de Andrade


























Programa Rio Hit-Parade





Ao lado de Luiz Carlos Clay, no comando do Globo Music Hall, com o ilustre convidado Cauby Peixoto logo atrás


Programa Globo Music Hall


Recebendo o carinho de Roberto Carlos


Com a Ternurinha Wanderléa


Além de dividirem muitos palcos pelo Brasil afora, as colegas de gravadora Wanderléa e Kátia sempre mantiveram uma amizade e carinho mútuo 


Com o cantor Wanderley Cardoso




Em mais uma pose ao lado de Wanderley Cardoso, para a capa da Revista do Rádio


Com o cantor Robert Livi, na capa da Revista do Rádio 


Com Agnaldo Timóteo na capa da Revista A modinha popular


Com o cantor conterrâneo Edson Wander - capa da Revista do Rádio


Em mais uma capa da Revista do Rádio, ao lado do cantor Sérgio Murilo


Ao lado do cantor Paulo Sérgio, estrelando na fotonovela A última canção




Em mais uma fotonovela com Paulo Sérgio, em 1972


Uma das únicas cantoras da Jovem Guarda a estrelar em fotonovelas com o nome de seus sucessos da época


Fotonovela A manchinha no lenço






















Com Moacyr Franco e Luiz Carlos Clay


Com o cantor Mário César

Com o amigo Robert Livi, autor de seu sucesso A manchinha no lenço


Com José Messias e as cantoras Denise Barreto e Nalva Aguiar


Em nova pose ao lado de José Messias, Denise Barreto e Nalva Aguiar


Com Nalva Aguiar e José Messias


Da esquerda pra direita: Clara Nunes, José Messias, Kátia Cilene, Denise Barreto e Nalva Aguiar



Ao lado dos amigos Jurema, Jussara e Robson (Trio Ternura)


Com o cantor Zezinho, que mais tarde adotaria o nome de Chrystian, depois faria dupla com o irmão Ralf  


Com Wanderléa, Cláudio Faissal e José Mendes






































No programa Festa do Bolinha, de Jair de Taumaturgo






Kátia e os irmãos Vladimir e Luiz Carlos Clay no programa do Chacrinha




Diploma de ídolo da juventude, entregue pelo apresentador Chacrinha em 1969


Assinando o contrato com a gravadora Caravelle




Divulgação de discos, ao lado do cantor Odair José, no início dos anos 1970


No dia do casamento, quando deixou a carreira para se dedicar à família


Quando retomou a carreira artística, no fim dos anos 1980




Com os amigos e cantores: Luiz Fabiano, Silvinha, Giane e Ed Carlos, em 1995


Com as amigas Silvinha e Giane. Acima Edu (filho do casal Eduardo Araújo e Silvinha) e o pesquisador Washington Morais


Se apresentando no Ópera São Paulo, em 2005


Ladeada pelas amigas Yara e Vera (do grupo Os Caçulas) com Luis Vagner e Vanusa


Com Eduardo Araújo, Luis Vagner e Yara (Os Caçulas)


Entre os amigos Giane e Jerry Adriani


Com Jerry Adriani


Com Netinho (baterista do grupo Os Incríveis)


Amigas da Jovem Guarda: da esquerda para a direita Waldirene, Lílian (da dupla Leno e Lílian), Silvinha e Kátia Cilene 


Com a amiga de longa data, Yara (Os Caçulas)


Com Yara (Caçulas), Lílian (dupla Leno e Lílian) e Waldirene


Com Silvinha e Yara (Caçulas)


Com Yara (Caçulas) e Waldirene


Entre o casal de amigos Eduardo Araújo e Silvinha


Relembrando os velhos tempos com a amiga Denise Barreto


Com Maritza Fabiani


Entre as amigas e cantoras Maritza Fabiani e Denise Barreto


Com Waldirene e Yara (Caçulas)